Se você acessar alguma de suas redes sociais agora, provavelmente vai deparar-se com alguma suposta frase dita por Olavo de Carvalho, Clarice Lispector ou Arnaldo Jabor. De fato, existe uma casta de escritores/influenciadores que habitam o imaginário popular ávido por compartilhar alguma pílula de conhecimento, sejam elas verdadeira ou não. O “Olimpo ” de pensadores brasileiros frequentemente citados possuí um membro tão provocativo quanto peculiar: Nelson Rodrigues, o anjo pornográfico. Nascido em 1912 no Recife, Pernambuco, Nelson mudou-se para o Rio de Janeiro próximo dos quatro anos de idade. Durante sua infância conviveu com diversas situações típicas do cotidiano dos bairros de subúrbio da então capital federal, muitos destes fatos serviriam como inspiração para seus textos futuros. Alcançou fama por meio de suas obras de dramaturgia como Vestido de Noiva e Bonitinha, Mas Ordinária ou Otto Lara Resende. Nestas obras o autor explora o trágico e o obsceno que acarretaram seu apelido. Mas, em “A Pátria de Chuteiras” (Editora Nova Fronteira, 2013) conhecemos uma outra face de Nelson Rodrigues: o cronista esportivo. Em 150 páginas acompanhamos diversas crônicas escritas e publicadas originalmente nos jornais das décadas de 50, 60 e 70. Apesar de ser torcedor do fanático do Fluminense (dizia…